segunda-feira, 15 de março de 2010

Maria Bethânia - a Diva do Brasil

Maria Bethânia Viana Telles Velloso, mais conhecida como Maria Bethânia, é uma cantora brasileira que tem a marca de ser a segunda artista feminina em vendagem de discos do Brasil, sendo a maior da MPB com 26 milhões de cópias. Atende pela alcunha de Abelha-rainha por causa do primeiro verso da música que dá nome ao LP Mel de 1979. Considerada por muitos brasileiros uma das maiores cantoras da história do Brasil. É irmã caçula do compositor Caetano Veloso e da poetisa e escritora Mabel Velloso.

Nascida na Bahia, é a sexta filha de José Teles Veloso (Seu Zezinho), funcionário público dos Correios, e de Claudionor Viana (Dona Canô). É irmã da escritora Mabel Velloso e do compositor Caetano Veloso, e tia da cantora Belô Velloso e de Jota Velloso. Seu nome foi escolhido pelo irmão Caetano Veloso, inspirado em uma canção famosa à época, a valsa Maria Betânia, do compositor Capiba, um sucesso na voz de Nélson Gonçalves. Maria Bethânia tornou-se uma das principais intérpretes da música brasileira assim como Caetano, um dos maiores cantores e compositores contemporâneos brasileiros, mundialmente conhecido. Bethânia foi criada na cidade de Santo Amaro da Purificação e, por ter sido criada na religião católica com influência do candomblé, é devota de vários santos e adepta tradicional do segmento religioso africano Ketu.

Hoje considerada uma das maiores intérpretes de sua geração, na infância sonhava em ser atriz, mas o dom para a música falou mais alto. Participou na juventude de espetáculos semi-amadores em parceria com Tom Zé, Gal Costa, Caetano Veloso e Gilberto Gil; em 1960 mudou-se para Salvador na intenção de terminar os estudos e passou a frequentar o meio artístico, ao lado do irmão Caetano. Em 1963, estreou como cantora na peça Boca de Ouro, de Nelson Rodrigues. No ano seguinte, apresentou espetáculos como Nós por Exemplo, Mora na Filosofia e Nova Bossa Velha, Velha Bossa Nova, ao lado do irmão Caetano Veloso e o colega Gilberto Gil, então iniciantes, a quem lançou como compositores e cantores nacionais e a cantora Gal Costa, dentre outros.

A data oficial da estreia profissional é 13 de fevereiro de 1965, quando substituiu a cantora e violonista Nara Leão no espetáculo Opinião pois a mesma precisou se afastar por problemas de saúde. Nesse mesmo ano, foi contratada pela gravadora RCA, que posteriormente transformou-se em BMG (atualmente Sony BMG), onde gravou o primeiro disco, lançado em junho daquele mesmo ano. O primeiro sucesso foi a canção de protesto Carcará, no repertório deste, que também incluía, dentre outras, as músicas Mora na filosofia, Andaluzia, Feitio de oração e Sol negro, esta última em dueto com Gal Costa (que à época ainda usava o nome artístico de Maria da Graça). Depois lançou um compacto triplo, Maria Bethânia canta Noel Rosa, que trouxe as músicas Três apitos, Pra que mentir, Pierrô apaixonado, Meu barracão, Último desejo e Silêncio de um minuto, acompanhada apenas por um violão, de Carlos Castilho. Ainda em 1966, depois de voltar à Bahia por um breve período, participou dos espetáculos Arena canta Bahia e Tempo de guerra, ambos dirigidos por Augusto Boal, também competindo em festivais. Em São Paulo e no Rio de Janeiro, apresentou-se em teatros e casas noturnas de espetáculos, tornando-se assim nacionalmente conhecida.

Maria Bethânia é segunda artista feminina em vendagem de discos na história do Brasil, atrás apenas de Xuxa, que tem seus discos voltados ao público infanto-juvenil.

Revolucionou a forma de se fazer espetáculos no Brasil, intercalando músicas com poemas - Fernando Pessoa, poeta português, Vinícius de Moraes a quem chegou a dedicar um disco inteiro em 2005, Que falta você me faz (a gravação deste álbum foi concluída em janeiro de 2004 mas somente lançado no ano seguinte, em comemoração aos 40 anos de carreira e amizade com Vinícius, contando com a participação especial deste na declamação do poema Poética I e na música Nature boy (Encantado)), Clarice Lispector - criando um estilo próprio e que muito lembra peças teatrais. Vários dos espetáculos estão entre os mais importantes da história da música popular brasileira, onde se destacam diversos, como Recital na Boite Barroco (1968), o primeiro disco gravado ao vivo, Maria Bethânia ao vivo (1970), ambos lançados pela gravadora EMI, Rosa dos Ventos - o show encantado (1971) produzido e dirigido por Fauzi Arap, Drama terceiro ato - luz da noite gravado ao vivo no Teatro da Praia na capital fluminense (1973), A cena muda (1974), gravado ao vivo no Teatro Casa Grande, onde não declamou poemas - como o próprio título sugere, tendo sido um dos espetáculos mais ousados da trajetória da artista, Chico Buarque e Maria Bethânia ao vivo (1975), Maria Bethânia e Caetano Veloso ao vivo (1978), e Nossos momentos (1982), gravado entre 29 de setembro e 3 de outubro daquele ano, contendo a antológica interpretação de Vida e O que é o que é, esta última lançada pelo autor Gonzaguinha no mesmo ano, que seria o bis preferido dos espetáculos dali por diante. Isso explica a presença de vários discos ao vivo na carreira da artista - mais especificamente catorze, onde se inclui um gravado na Argentina (Mar del Plata), com Vinícius de Moraes e Toquinho; já como intérprete, Chico Buarque, Caetano Veloso, Gilberto Gil, Tom Jobim, Noel Rosa, Gonzaguinha, Roberto Carlos, Vinícius de Moraes, Roberto Mendes, Jorge Portugal e Milton Nascimento, são os compositores com maior número de interpretações na voz. Maria Bethânia é carinhosamente chamada por Roberto Carlos de minha rainha.



Consciência Negra: Vista a minha pele

Eu sei que muitos vão dizer que falar de cotas e consciência negra é pregar um racismo ás avessas... Dizer que isso é coisa de quem não tem mais o que dizer nem o que escrever. Provavelmente dirão que isso é coisa de gente que se sente inferior e quer se exaltar... Coisa de negro... Alguns se sentem ofendidos com tanta exaltação. Até feriado os negros têm! Quem raios é esse tal de Zumbi? E como se não bastasse tem lei que determina o ensino da história da África, estatuto de Igualdade Racial, leis e estudos que defendem a titularidade de terras, que criminaliza a intolerância religiosa... Provavelmente dirão que consciência negra é balela porque estão convictos que é ficção alguém ser discriminado pela cor... Certamente quem pensa assim nunca foi humilhado, desrespeitado, ofendido por simplesmente não ter a pele clara. Nunca viu ninguém mudar de calçada porque se aproxima, nunca foi mal atendido num restaurante, num bar, numa loja, numa repartição pública. Quem se ofende, provavelmente não precisou explicar para ninguém que não era a babá ou o motorista dos próprios filhos, não precisou mostrar o documento do veículo e o RG para provar que era seu, não apanhou confundido com o ladrão do próprio carro e nunca foi desrespeitado por cultuar seus ancestrais. Provavelmente também nunca recebeu olhar de incredulidade quando apresentado por seu ofício ou seu título, não teve o desprazer de lhe ser indicado o elevador de serviço nem ouvir quando atende a porta de sua própria casa: “seu patrão ou sua patroa tá aí”? E essas são só algumas histórias que ouvi de gente querida e maravilhosa cujo “defeito” é não ter nascido de pele clara. Sei de tantas....já vi tanta maldade em forma de preconceito...Mas, da minha vivencia sei que negritude, consciência está para além da cor da pele... Sei que sou a somatória de tudo isso e, portanto, tenho muito respeito por tudo que se relaciona com o resgate da dignidade a quem um dia foi negado o direito da escolha do ir e vir.
E para os que questionam, ironizam ou fazem piada com o feriado do 20 de novembro: este país deve a muitos povos, em especial, ao povo negro, a formação da sua riqueza e da sua cultura.Se, do ponto de vista biológico reconhecemos que A RAÇA É HUMANA, reconhecer, historicamente, a dívida com os negros na história desse país é ter mais que consciência.É fazer justiça. E que dia Nacional da Consciência Negra colabore para que todos e todas reflitam aonde guardam seu preconceito.*Vista a Minha Pele2003, 15 min.“Vista a Minha Pele” é uma divertida paródia da realidade brasileira. Serve de material básico para discussão sobre racismo e preconceito em sala-de-aula.Nesta história invertida, os negros são a classe dominante e os brancos foram escravizados. Os países pobres são Alemanha e Inglaterra, enquanto os países ricos são, por exemplo, África do Sul e Moçambique. Maria é uma menina branca, pobre, que estuda num colégio particular graças à bolsa-de-estudo que tem pelo fato de sua mãe ser faxineira nesta escola. A maioria de seus colegas a hostilizam, por sua cor e por sua condição social, com exceção de sua amiga Luana, filha de um diplomata que, por ter morado em países pobres, possui uma visão mais abrangente da realidade.Maria quer ser “Miss Festa Junina” da escola, mas isso requer um esforço enorme, que vai desde a superação do padrão de beleza imposto pela mídia, onde só o negro é valorizado, à resistência de seus pais, à aversão dos colegas e à dificuldade em vender os bilhetes para seus conhecidos, em sua maioria muito pobres. Maria tem em Luana uma forte aliada e as duas vão se envolver numa série de aventuras para alcançar seus objetivos. O centro da história não é o concurso, mas a disposição de Maria em enfrentar essa situação. Ao final ela descobre que, quanto mais confia em si mesma, mais capacidade terá de convencer outros de sua chance de vencer.Indicações de uso:O vídeo pode ser usado na discussão sobre discriminação no Brasil. É um instrumento atraente, com linguagem ágil e atores conhecidos do público alvo - adolescentes na faixa de 12 a 16 anos. Vem acompanhado de uma apostila de orientação ao professor para sua utilização em sala de aula, elaborada por educadores e psicólogos comprometidos com as questões de gênero e raça.

Evento debate preconceito contra religiões africanas


Aconteceu um encontro em Salvador que descutiu a intolerância religiosa contra praticantes de religiões africanas. Os participantes pedem o fim do preconceito.

As cerimônias nos terreiros são abertas e costumam atrair até turistas estrangeiros. As festas de santos e orixás também levam uma multidão às ruas de Salvador.

Apesar da fila grande para receber os banhos de água-de-cheiro e pipoca, poucas pessoas se declaram praticantes de candomblé. São 22 mil baianos, número que equivale a menos de 1% da população. Em todo o Brasil, são 525 mil pessoas, cerca de 0,3% da população, segundo dados do IBGE.

O número poderia ser maior se não fosse o medo da discriminação. Foi com essa preocupação que religiosos da Bahia e de outros estados se reuniram em Salvador. O evento tem o apoio de estudiosos e de membros de órgãos que representam o interesse dos negros.

Os participantes reivindicam o reconhecimento legal dos terreiros, a garantia do ensino da cultura negra nas escolas e o direito de usar roupas e adereços da religião sem constrangimento.

Poucas pessoas se declaram praticantes de candomblé. Número poderia ser maior se não fosse o medo da discriminação.